Friday 25 November 2011

Crise Económica, Austeridade, o Bem e o Mal

No meio desta onda de crise, ou pseudo-crise, ou anti-crise, económica, às vezes, parece que entro naqueles filmes de ficção, onde o Bem e o Mal, encarnados por seres irreais - de carne e osso, lutam sem fim, com instrumentos e técnicas tão atraentes aos nossos sentidos, que até nós voamos com eles.
Tudo isto, porque, neste teatro de austeridade, em que, cada vez mais, cresce o número de artistas, e cada vez menos outros se sentem de fora, a Bélgica (também) vai entrar em Greve Geral na próxima sexta feira - 2 de Dezembro - e porque começa-se a ver, por toda a Europa, uma onda de greves e/ou manifestações contra. (ponto).
Parece que temos o Bem de um lado, a sofrer ataques fortes do Mal, do outro lado. Ou será ao contrário, o Mal a sofrer fortes ataques do Bem?
Regressado ao filme de ficção, alguém me esclarece onde está o Mal e onde está o Bem?
Quem nos empresta dinheiro para sairmos da crise, com contrapartidas a preço impagável (no sentido literal da palavra), para já não falar do capital liquído emprestado, para o qual pouco sangue nacional restará para o pagar, é do Bem, ou é do Mal?
E a quem leva ondas de descontentes a meter-se em Greves e Manifestações, provocando um… - pelo menos aparente - descer de produtividade, da produção, de aumento da revolta, do espalhar da destruição (sim, porque os ânimos começam a pedir sangue quente), de que lado é que os vamos colocar?
E se isto tudo descambar para estalidos saídos de tubos metálicos, como é que vai ser?
De que lado vamos ficar a apontar, se ainda por cá andarmos?
Dos que nos vieram emprestar a preços usurários, mesmo sabendo das dificuldades (verdadeiras incapacidades) de retribuir o acordado?
Dos que, "coitados", inteligentemente montaram(se em) esquemas de compadrio, de corrupção, semearam obras de que não necessitaríamos prioritariamente, ou cavalgaram instituições financeiras, multiplicando o dinheiro dos incautos à conta de especulações e alavancagens dolosas, até à auto-falência, mas que agora se apresentam, ainda, em condições de garantir afilhados e cumplicidades, e até de probabilidades de distribuição de algum vil metal imaterializado em contas em off-shores, por isso angariando simpatias interesseiras?
Ou dos que, lutando contra os do outro lado, montam circos de descontentamento, ou os exacerbam ao máximo, descurando os efeitos sociais, económicos e financeiros dos mesmos?
Onde é que está o Bem e onde é que está o Mal?
Ou será que o Bem e o Mal, neste mundo de valores diluídos, sequer existem?

1 comment:

Anonymous said...

Quem dera houvesse respostas para estas questões.
Não sabendo se existe o bem e o mal, sei, no entanto, que, no momento actual, todos se sentem mais mal que bem.
Aguardemos que ainda existam soluções e que estas venham pelo lado do bem , que do mal já todos estamos fartos.