Saturday 31 December 2011

Próspero ano de 2012

Que o 2012 não seja o fim do mundo, mesmo que em 2007, por Bruxelas, já ele andasse sobre quatro rodas a anunciar-se coloridamente.
Não será o apocalypse!
Mas que, pelo menos, vai andar lá perto... tudo indica que sim!
Tenham uma boa passagem de 2011 para 2012, sem se preocuparem com o que este poderá vir a ser, porque o que tiver que ser, terá que ser, e tem muita força.
Excentricidades

Sunday 25 December 2011

Para a minha colecção de azulejos

Visto algures, pelo país, entre quatro pequenas paredes apertadas por cimento armado que as sufocam, e que aguardam o camartelo de uma conta bancária e um rabisco camarário.
Dei atenção ao hino de amor sem acordo ortográfico de qualquer tempo.

PA310003

Thursday 22 December 2011

É Natal, vem aí 2012

Nos órgãos do poder, faltam-nos homens com berço e com tomates!

Para mim, a quadra que estamos a atravessar – os dois natais, o de Jesus Cristo e o do novo ano, neste caso o de 2012 – contém uma força cultural que não se fica na tradicional carga religiosa. Ela transporta-me à criança que fui, nos tempos em que receber brinquedos era algo que acontecia uma vez ao ano, quando e para quem acontecia, e tinha-se que trabalhar o ano todo (portando-se bem e estudando q.b. – é certo que era uma chantagem nada efectiva, pois recebia-se sempre algo), desde o seu primeiro dia, para ganhar um brinquedo de madeira, de lata, com ou sem corda, cores coloridas, uma miniatura de carro, ..., mas também faz vibrar a criança que ainda me sinto ser.
Este ano, dei com a cidade menos alegre, menos vibrante.
Estamos com crises: económica, por conta de quem economicamente ficou bem, ou melhor, de vida, mas também, e acima de tudo, crise de valores.

Nos órgãos do poder, faltam-nos homens com berço e com tomates!

A cidade de Lisboa envergonhou-se de ser cristã. Falta-lhe luz e cor. Quase não se vê um motivo tradicional da época e, os poucos que se veem, não são da entidade municipal.

Nos órgãos do poder, faltam-nos homens com berço e com tomates!

(Declaração de interesses:
Sou católico, mas pouquíssimo. Ainda assim, acho que a matriz desta Nação milenar está a ser subvertida, avassalada pela onda da intitulada Constituição de uma União que não o é e se esforça por demonstrar que disso se afasta mais rápido que o Diabo da Cruz.)

AOS MEUS AMIGOS E VISITANTES DESTE CANTINHO, APRESENTO OS MEUS VOTOS DE

Natal de 2011


Tuesday 20 December 2011

A noite cai em Lisboa (Up-to-date 14.03.2012)

Às vezes, também cai dentro de nós.
Hoje, deu-me para isto, ver a noite a cair em Lisboa, tal como o faço muitas vezes.
Só que, desta vez, levei a memória comigo.

Thursday 15 December 2011

Madeiras, offshores (??), dinheiros e legalidades

Não vi esta entrevista, dada ao autor do livro "Suite 605", quando passou na TV.
(Ainda) não li o livro, de João Pedro Martins, mas espero encontrá-lo rapidamente, para o comprar e ler. Um tema que contém muitos prós e contras, mas que é mostrado de uma perspectiva que me deixa com muita curiosidade em aprofundar além do que vi na entrevista.
De qualquer forma, acho que vão gostar de a ver.
Aqui fica.

Monday 12 December 2011

No tempo da minha infância

Recebi a foto e o texto por mensagem electrónica.
Sei que a esperança de vida, actualmente, é maior que a desses "bons tempos" cantados no texto.
Mas há algo de verdade no mesmo. Passou-se de um extremo ao outro, sem seleccionar ou filtrar o que devia e podia ser alterado, e o que deveria manter-se, tanto quanto o possível, como era.
Talvez tudo não passe de utopia, porque o mundo, de facto, é feito de mudança.

NO TEMPO DA MINHA INFÂNCIA,

por
 ISMAEL GAIÃO

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal,
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal.
Hoje tudo é diferente,
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal.

Bebi leite ao natural,
Da minha vaca Quitéria,
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria.
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria.

A barriga da miséria
Tirei, com tranquilidade,
Do pão com manteiga e queijo,
Hoje, só resta a saudade.
A vida ficou sem graça.
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade.

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão.
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração.

Com a modernização
Quase tudo é proibido,
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido.
Fazendo tudo que eu fiz,
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido.

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir.
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir.
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir.

Vi o meu avô dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag,
Sem cinto de segurança,
E eu, no banco de trás,
Solto, igualzinho aos demais,
Fazia a maior festança.

No meu tempo de criança,
Por ter sido reprovado,
Ninguém ia ao psicólogo,
Nem se ficava frustrado.
Quando isso acontecia,
A gente só repetia
Até que fosse aprovado.

Não tinha superdotado,
Nem a tal dislexia,
E a hiperatividade
É coisa que não se via.
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria.

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira,
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira,
E essa água engarrafada,
Que diz-se esterilizada,
Nunca entrou na nossa feira.

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado,
Ter alguns dentes partidos,
Ou um joelho arranhado.
Vovó guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado.

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos.
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos.
E descalço, na areia,
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos.

Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras,
Em carros de rolimã,
Sem usar cotoveleiras.
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras.

Entre outras brincadeiras,
Brinquei de Carrinho de Mão,
Estátua, Jogo da Velha,
Bola de Gude e Pião,
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão.

Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé,
Gata Pintada, Esta Rua,
Pai Francisco e De Marré.
Também cantei Tororó,
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé.

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar,
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar.
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar.

Tomava banho de mar
Na estação do verão,
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão.
Não voltava bronzeado,
Mas com o corpo queimado,
Parecendo um camarão.

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia.
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia.
Não tinha vídeo cassete,
Muito menos internet,
Como se tem hoje em dia.

O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço.
Não existia ração,
Nem brinquedo feito osso.
E, para as pulgas matar,
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço.

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira,
Ou numa água bem fria,
Debaixo duma torneira.
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira.

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular.
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar.
Vovó não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar.

Comecei a trabalhar
Com onze anos de idade,
Pois o meu avô me mostrava
Que, pra ter dignidade,
O trabalho era importante,
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade.

Mas, hoje, a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança.
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança.

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez.
Por isso, tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez ...