Wednesday 30 March 2011

Seagulls


São uma praga!

São insuportáveis, com tanto escarcéu que fazem!

Já invadiram todo o território costeiro e entraram alguns quilómetros dentro do que estava reservado aos humanos.

Como se alimentam de quase tudo, mas muito especialmente de alimentação residente dentro dos mares, engolem litros de água salgada na sua fome voraz. Resultado, são piores do que as pombas que, tal como elas, são umas desavergonhadas, cagando por tudo quanto é lado, fazendo pontaria às cabeças de todos nós, pobres humanos. Há quem diga que os políticos, em momentos de longa meditação, se expõem tanto às pombas e às gaivotas que até lá por dentro já estão repletos das suas marcas aéreas penosas.

Odeio estes animais, as gaivotas, porque fazem questão de acertar no meu carro que, sendo preto, assim fica marcado de selos brancos que logo têm que ser lavados a correr, antes de começarem a comer a tinta, tão ácidos e salgados são os seus selos.

Se eu também voasse, obrigava-as a irem limpar o que tinham feito, lambendo tudo, para me pouparem uns euros nas lavagens da chapa.

Mas são graciosas no seu voo, atraentes à vista, lindas com a sua cobertura de penas sempre limpas e sedosas, com uns olhos curiosos e multicolores, calmas à nossa aproximação, embora super-desconfiadas, afoitas à oferta de comida.

Por isso, não resisto a captá-las em fotos, das quais algumas aqui ficam.


Thursday 24 March 2011

Rally de Portugal 2011 - WRC. LISBOA


Hoje, foi dia de rally, em Lisboa (Praça do Império - Mosteiro dos Jerónimos).

Refiro-me ao dos carros de desporto, que o outro, o dos partidos políticos, já se sentiam os motores a aquecer desde há umas semanas!

Cheguei um pouco tarde e, depois de dar umas voltas que nem "burro à procura de sombra para dormir", calhou-me uma "aberta" numa bancada, onde uma parte estava sentada e eu, esticadinho num canto (aparece sempre uma cabeça mais alta que a nossa), em pé durante toda a prova. Para complicar, estranha coisa a de colocarem uma bancada exactamente no local onde teriam que estacionar carros de bombeiros e ambulâncias bem em frente, tapando uma boa parte da visibilidade do percurso. Ficou-me, a mim e a muitos, uma nesguinha para tirar umas fotos.

O dia, sem estar ensolarado, estava bonito. Mas o ar fresco fez com que algum pessoal, da bancada do outro lado, necessitasse de ser aquecido pelos agentes de autoridade. Registei uma das vezes. Há sempre alguém que aparece em eventos desportivos só para ver se estraga o acontecimento.

Apanhei, ainda antes das provas, o piloto português melhor classificado, A. Araújo, que trago especialmente para as meninas visitantes, e, para os meninos não se queixarem de discriminação, deixo umas vistas bem giraças.

Acelerem, que têm muito circuito para percorrer.

Tuesday 22 March 2011

MAFRA - meia dúzia de piscadelas


Domingo cheio de sol, os aromas da boa comida bem bebida levaram-me a Mafra.

Sobraram-me alguns segundos para deixar meia dúzia de olhares sobre o Convento.

Monday 21 March 2011

PEC IV e inconstitucionalidades


Sejamos claros!
Qualquer medida governativa, seja legislativa ou simplesmente administrativa, pode e deve ser objecto de uma crítica sob a lupa da sua constitucionalidade.

Antes de tudo e de todos os demais, por quem exerce a iniciativa das mesmas, passando depois aos demais órgãos com poderes para tal, acabando em todos nós, que com elas vamos sofrer ou, cada vez mais só para alguns, delas vão beneficiar.

O problema é quando os órgãos que nos governam, prime o Governo, mas também a  AR e o Presidente de todos os portugueses, precisam que um medida como a do PEC IV, como já aconteceu de forma similar com o PEC III, venha a ser posta judicialmente em causa para se concluir que é inconstitucional.

Em minha opinião, é esta ausência de simplificação legislativa, esta forma de utilizar a forma de forma abusiva (pleonasmo propositado), que tem levado ao lodaçal do sistema judicial, por tantas injustiças permitir, sempre cobertas pela lei. Os princípios, os valores que deveriam orientar toda a comunidade portuguesa no seu dia a dia, deveriam estar tão claramente absorvidos por todos, e com tão poucas excepções e especialidades, que toda a comunidade, por pura intuição, os teria em conta antes de dar cada passo.

O nosso direito continua a afastar-se dos "princípios axiomáticos" da boa e justa convivência da comunidade, ao mesmo tempo que se lança nas medidas legislativas e administrativas fabricantes de fumos.

Deveria haver alguma possibilidade, num Estado de Direito, de se questionar que um imposto, ou que quer que seja que lhe venham a chamar (ao que parece, ainda não se sabe bem o que é que, mensalmente, leva centenas de euros dos salários de apenas uma parte dos cidadãos - os funcionários públicos), que tem em vista produzir receitas nacionais necessárias para cobrir responsabilidades que a crise económico-financeira nacional impede o Estado de cumprir, e que vai ser lançado só sobre parte dos cidadãos dessa comunidade, desse Estado, é ou não constitucional?

E que dizer do limite definido - € 1500, quer na medida que foi lançada no ano passado sobre os funcionários públicos no activo, e da que agora se anuncia que vai abranger os que estão na aposentação, como sendo o medidor a partir do qual se considera ser um português rico?

Então caminhamos, ou não deviamos caminhar, para uma equiparação aos cidadãos dos Estados da Europa de que fazemos parte, ou vamos no sentido de uma boa parte dos Estados do mundo subdesenvolvido?
Não tarda, vamos ver empresas do Oriente a externelizar as suas fábricas para Portugal, dando aos seus empregados um tigela de arroz por dia e uma enxerga junto ao manípulo da máquina onde trabalha cada cidadão português, e ainda vamos ficar agradecidos por tal realidade estar a acontecer.
E vivam os direitos sociais!

E será que se lembram que quem entrou para a aposentação neste ano de 2011, já sofreu as medidas de redução do ano passado, tendo a sua pensão sido reduzida pela outra medida?
Vão pagar duas vezes?

Sunday 20 March 2011

CATUMBELA INVADE LOBITO.


Um "grupo de catumbelenses da pesada", que habitualmente vai ao peixinho setubalense, pelo menos uma vez ao mês, para pescar conversa durante a tarde, resolveu alterar o azimute e, desta vez, invadiu territórios lobitangas. Aterrou para os lados de Palmela (Vale de Cantadores), no LUDPARK, espaço de lobitanga de gema com alguns "lobitangas infiltrados", que ficou aprovado, e correram que nem desalmados atrás de leitões a rir no espeto, à moda da Bairrada, a escorregar em espumante.

É uma das coisas boas que se levam desta vida!

Fica a foto para a posteridade.
DSCF0217-LUDPARK_18-03-2011

Thursday 3 March 2011

Olhar sobre leituras de fevereiro


Tenho uma forte auto-disciplina nos acessos às livrarias, o que me dá alguma folga acrescida ao meu orçamento mensal. Mas quando por lá caio, raramente saio sem um saco com alguns exemplares de livros que auto-prometo não lhes vai acontecer o mesmo que aos últimos, penúltimos, antepenúltimos, etc, etc, etc. É verdade que a tendência dos amigos e familiares, nos natais e aniversários (sim, o plural está correcto), e outras ocasiões, já que todas são boas, também ajudam ao constante acumular de folhas para ler. Ah, e o tempo, o que me falta em velocidade progressivamente acelerada pelo relógio dos dias que se riscam no calendário que me foi oferecido pela natureza, lá vai ditando, também, o crescer da “prateleira com livros para ler”.

A última vez que entrei na livraria da FNAC do Chiado, à hora de almoço e de descompressão e preparação para mais uma tarde de trabalho, acompanhado de um colega e amigo – local a que vou sempre que a auto-disciplina está ausente - já eu tinha nas mãos a minha selecção de leituras futuras, com 3 livros, e ele apareceu-me com mais um, garantindo que seria uma boa e rápida leitura. Olhei para a capa e torci o nariz, não pelo nome do autor, que prometia, mas pelo título e a imagem que coloria a capa. Veio-me à ideia o livro de John Coetzee, “Desgraça”, mas ele garantiu-me que iria ser uma leitura melhor.

Acabei de o ler há poucos dias. Eis porque hoje o trago para cá. Mas também porque o achei com um enredo de sucção permanente para a página seguinte, com muitos monólogos dialogados na interrogativa, não se persebe bem se com o leitor, se com o próprio autor, com um discurso de palavras fortes (li a versão portuguesa, mas acredito que a tradução espelha bastante o original) e sentimentos arrasantes, onde perpassa um fio condutor de moral fraturante e, muito especialmente, se desmistificam alguns preconceitos, onde o climax se atinge com um misto de fim esperado e, ao mesmo tempo, de total surpresa, onde fica suspensa a ideia que o autor tem para nos transmitir em relação ao título que escolheu. Quem é, afinal, o animal moribundo do autor?

Claro que me referi, de uma forma muito resumida, à minha perspectiva da leitura seleccionada para comentar no blogue.

Vou partir para mais uma viagem literária, não tarda nada, agora que os grãos da âmbula superior da ampulheta me parecem descer cada vez mais depressa, exactamente quando se inicia um período de vida que devia contrariar essa visão, e os dias e as noites tenderão a ficar mais longas.

Para os que ainda não leram, espero que não os tenha defraudado com este meu comentário.

Até à minha próxima leitura.

“The dying animal”
“El animal moribundo”
2001