Tuesday 1 January 2013

2013 já nos bateu à porta

Já fui apanhar ar fresco.
Está saturado do ano anterior.
Acho que o país acordou a dormir, neste novo 1º dia, deste novo ano.
Ai de quando acordar do sono!
Vai ser de pesadelos.
O primeiro dia de um novo ano pode ser tão bom como outro qualquer, para começar uma nova vida velha.
Não se iludam.
As inconstitucionalidades são as antigas, sempre parecidas com as outras, embora nunca iguais, porque o sacanço começou cedo, logo que as utopias se reconverteram em realidade, mas viu sempre o seu índice a aumentar. Vá, está bem, foi mesmo antes disso.
E não nos esqueçamos: a primeira grande inconstitucionalidade foi ter-se criado um sistema para o qual o país não estava constituído.
O 25 de Abril nem sequer viu o rascunho preparado em papel pardo.
Deu flores de um vermelho tão lindo mas, por isso mesmo, demasiado feminino, demasiado sentimental, demasiado coronário para se chamar revolução de militares.
Militar que se preze tem barba de cima a baixo, anda de arma aperreada, faz planos estratégicos e de acção, conta canos e almas, sabe onde e quem são os corpos que vão levar a alma nacional à podridão.
Não os deixa germinar.
E deixou que nascessem democracias a mais, para este povo que tinha amargurado 50 anos de cada vez, desde que o nosso Afonso puxou da estalada maternal, sempre em silêncio, sempre sem saber pensar, sempre sem poder pensar, sem nunca ter aprendido a decidir, sempre deixando às linhas azuis que se decidissem por ele.
Já fui apanhar ar fresco, mas acho que ainda estou com pesadelos do ar saturado do velho ano.
Ai de quando acordar!


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