Tuesday, 2 August 2011

Super Chefe de Gabinete e coisa e tal


É só mais um caso em tão pouco tempo de Governo.
E como era grande a expectativa de todos nós, mesmo os que não se reconhecem nas cores laranja e/ou azul, "torcendo" e cruzando os dedos, e muito, para que se não confirmasse que todos os males que andavam à volta da política se viessem a verificar novamente, remetendo-nos a todos para a máxima de que, em Portugal, a democracia revela que o carácter das gentes da política é tão gelatinoso e tão entranhado nas células de todos os corpos, que só um regime não democrático poderá restaurar - à força e à paulada - os valores que são necessários e exigíveis e exigidos a quem governa um país, dito pobre, como o nosso.
Parece que a maior pobreza vem sempre do mesmo lado, e não é propriamente, nem dos mais pobres, nem sequer daqueles que se diz pertencerem à classe média.
Claro que podería estar a pensar (e muita gente já pensou e já o disse, por exemplo AQUI ) em outras razões para se contratar alguém com uma remuneração mensal acima, muiiito acima, do que é normal para o cargo, mas nem vou falar delas. Fico-me pela justificação do ministro Álvaro Santos Pereira: a pessoa em causa, coitadinha, está a perder 50 mil para estar a desempenhar as funções.
Oh senhor ministro, então e se estivesse a perder 100 mil, ou 200 mil, quanto é que lhe ia arbirtrar para vencimento mensal?
Então, mas V.Exª acha-se assim tão inteligente e ao resto de todos nós, incluindo aos deputados a quem deu essa justificação (menos os da cor, claro), tão burros? Já é o segundo ministro deste governo a demonstrar tal complexo de superioridade. Já são demais e em tão pouco tempo!
Afinal, quem aceita os lugares de serviço público tão nobre, como o de governar um país (neste caso refiro-me aos chefes de gabinete, mas podem-se incluir todos os que fazem parte das equipas ministeriais), fá-lo em função de uma contabilidade de Perdas e Ganhos pessoais? Imediatas? Sim, porque das mediatas, pelo andar da carruagem, também já podemos imaginar o que vai acontecer assim que começarem a sair dos cargos.
IRRRRAAAAA!
Volta José Sócrates que, não tarda, tens a maioria absoluta contigo!
Estás perdoado!
Afinal, todos os males estão nos genes das gentes lusas e não há volta a dar a isto.

3 comments:

Anonymous said...

Caro Agridoce,
Un monde parfait. ??? Qui que quoi où quand comment.
La Justice est celle des hommes et les Finances de quelques hommes.
Ecoeurant toujours ou comme d'habitude. Ecoeurant du verbe écoeurer (causar náuseas).
E-coeur-er, é du latin ex, retirer le coeur. Le coeur est un dérivé dans le sens d' "estomac". En vieux français escurer, du latin excurare "clean" (off), from ex-"away" + curare "to clean".
Le sens d’écoeurer est de dégoûter (cette odeur m'écœure) et aussi le sens figuré d’indigner "en provoquant un dégoût moral". Si le cœur est affecté, l’estomac l’est aussi, il est le centre des émotions. Une autre expression est "avoir des haut-le-cœur".
Abjs.
C.

AGRIDOCE said...

Anonymous C.,

É isso mesmo, é de causar náuseas até nos provocar um sentimento de (quase) total desfalecimento na luta por um mundo melhor, na esperança de que os exemplos têm que ser dados por todos mas, muito especialmente, por quem se espera que os deva dar (não propriamente por ter coluna vertebral para tanto, que é algo que vem do berço, mas por estarem em cargos que não deviam dar margem para outra coisa).
Isto, por este rectângulo, começa mesmo a enojar.
Abjs.

Anonymous said...

Agridoce,
Je ne savais pas que tu étais un idéaliste.
C.